sábado, 2 de julho de 2011

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História

Até o século XI, católicos romanos e ortodoxos têm uma história comum, que começa com a instituição da Igreja por Jesus Cristo e sua difusão pelos apóstolos. O Primeiro Concílio de Niceia, em 325, estabeleceu a Pentarquia, em que a Igreja foi organizada sob cincopatriarcas: os bispos de JerusalémAntioquiaAlexandriaConstantinopla e Roma, sendo o Bispo de Roma considerado o primus (primeiro) entre os patriarcas, embora muitos interpretem esse título como o primus inter pares (primeiro entre iguais). Porém, quando a residência doImperador e do Senado foi transferida para Constantinopla (em 330 d.C), o Bispo de Roma perdeu influência em favor do Bispo de Constantinopla em relação às igrejas orientais. Ainda assim Roma continuou tendo uma autoridade especial devido à sua ligação com São Pedro.[3]
Uma série de dificuldades complexas ocasionou um progressivo distanciamento entre Roma e os demais patriarcados. Primeiro veio a quebra da unidade política. Com a divisão do Império Romano (em 395), a queda do Império Romano do Ocidente (em 476) e o fracasso da tentativa de Justiniano de reunificar o império (a partir de 535), Oriente e Ocidente deixaram de estar sob o mesmo império. Mais tarde, com a ascensão do Islã, as trocas econômicas e os contatos por via marítima entre o Império Bizantino, de língua grega, e o Ocidente, de língua latina, se tornaram mais difíceis, e a unidade cultural entre os dois mundos deixou paulatinamente de existir. No século VIII, Roma colocou-se sob a proteção do Império Carolíngio. Criou-se assim uma situação em que as Igrejas em Roma e em Constantinopla estavam no seio de dois impérios distintos, fortes e autossuficientes, cada qual com sua própria tradição e cultura.
Essa situação ensejou uma escalada de divergências doutrinárias entre Oriente e Ocidente (em particular a inclusão no Credo Niceno-Constantinopolitano, pelo Ocidente, da cláusula filioque, considerada herética pelos ortodoxos) e a adoção gradativa de rituais diferentes; ao mesmo tempo, acentuou-se a pretensão, por parte de Roma, de exercer uma autoridade inconteste sobre todo o mundo cristão, enquanto que Constantinopla aceitava somente que Roma tivesse uma posição de honra. Tais disputas levaram à ruptura, em 1054, que dividiu a Igreja entre a Igreja Católica no Ocidente e a Igreja Ortodoxa no Leste (GréciaRússia e muitas das terras eslavas, AnatóliaSíriaEgipto, etc.). A esta divisão a historiografia ocidental chama Cisma do Oriente, e a oriental, Grande Cisma.

[editar]Funcionamento

A catedral de San Sava da Igreja Ortodoxa Sérvia emBelgrado.
A Igreja Ortodoxa é formada por diversas jurisdições eclesiásticas (como por exemplo a Igreja Ortodoxa GregaIgreja Ortodoxa Russa) que professam a mesma fé e, com algumas variantes culturais, praticam basicamente os mesmos ritos. O chefe espiritual das Igrejas Ortodoxas é o Patriarca de Constantinopla, embora este seja um título mais honorífico, uma vez que os patriarcas de cada uma dessas igrejas são independentes. A maior parte das Igrejas ortodoxas, todas elas em comunhão umas com as outras, usam o rito bizantino.
Para os ortodoxos, o chefe único da Igreja, e sem intermediários, representantes ou legatários, é o próprio Jesus Cristo. A autoridade suprema na Igreja Ortodoxa é oSanto Sínodo Ecumênico, que se compõe de todos os patriarcas chefes das igrejas autocéfalas e os arcebispos-primazes das igrejas autônomas, que se reúnem por chamada do Patriarca Ecumênico de Constantinopla.
A autoridade suprema regional em todos os patriarcados autocéfalos e igrejas ortodoxas autônomas é da competência do Santo Sínodo Local. Uma igreja autocéfala possui o direito a resolver todos os seus problemas internos em base a sua própria autoridade, tendo também o direito a remover seus próprios bispos, incluindo o próprio patriarcaarcebispo ou metropolita que presida esta Igreja.

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